O câncer de pâncreas é uma enfermidade notória por sua agressividade e difícil detecção, representando uma preocupação significativa no cenário médico atual. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), essa forma de câncer responde por aproximadamente 2% de todos os casos diagnosticados no país, contribuindo com 4% das mortes relacionadas à doença.
O pâncreas é uma glândula com funções endócrinas e digestivas cruciais para o organismo, desempenhando um papel essencial na regulação dos níveis de glicose no sangue e produzindo hormônios como a insulina e o glucagon. Simultaneamente, ele libera o suco pancreático, contendo enzimas digestivas que facilitam a digestão no intestino. Dada a sua importância, distúrbios que comprometem o funcionamento do pâncreas, como o câncer, são considerados graves.
O adenocarcinoma, a forma mais comum de câncer de pâncreas, é caracterizado por tumores malignos que se originam no tecido glandular pancreático. Esses tumores são caracterizados por sua agressividade e habilidade de se disseminar para outros órgãos, conhecida como metástase, comprometendo suas funções normais.
Desafios no diagnóstico precoce do câncer de pâncreas
O diagnóstico precoce do câncer de pâncreas é um desafio agravado pela ausência de sintomas específicos. Os sinais apresentados, como fraqueza, perda de peso, dor abdominal, icterícia, náuseas e dores nas costas, são genéricos e podem ser associados a diversas condições.
Estima-se que apenas cerca de 11% das pessoas diagnosticadas com esse tipo de câncer sobrevivem mais de 5 anos. Uma das principais razões para as péssimas taxas de sobrevivência é que a maioria dos pacientes é geralmente diagnosticada em estágios avançados, quando a doença já se espalhou para outras partes do corpo.
Como o pâncreas está dentro da cavidade abdominal, a doença não causa dor ou inflamação em seus estágios iniciais. Estima-se que menos de 15% dos pacientes com câncer de pâncreas são diagnosticados em um estágio em que o tumor pode ser removido cirurgicamente.
Portanto, cada vez mais busca-se aprimorar os métodos diagnósticos desse tipo de câncer. Em recente pesquisa, cientistas desenvolveram um exame de sangue experimental que pode, potencialmente, ajudar os médicos a detectarem o câncer de pâncreas precocemente, o que pode melhorar a sobrevida dos pacientes [1].
Estudo desenvolveu novos biomarcadores para o câncer de pâncreas
Publicada na revista Gastroenterology, a pesquisa deu um passo significativo na busca por métodos efetivos na detecção precoce do câncer de pâncreas. O estudo em questão destaca a criação de um painel de biomarcadores que identifica pequenas quantidades de RNA circular (circRNA), material genético liberado por células cancerígenas de pâncreas na corrente sanguínea [1].
Os atuais exames utilizados para diagnóstico, como exames de imagem e níveis sanguíneos de CA 19-9, um antígeno do câncer, podem não ser precisos para a detecção. O câncer de pâncreas nem sempre produz quantidades detectáveis de CA 19-9 em estágios iniciais, levando a falsos negativos, e pode estar elevado em outros tipos de câncer e condições gastrointestinais.
Na pesquisa, descobriu-se que esses circRNAs, devido à sua formação em círculo, são mais estáveis e têm meias-vidas mais longas do que os RNAs lineares, tornando-os mais eficazes para detecção.
A pesquisa utilizou a tecnologia de sequenciamento genético para analisar o perfil de expressão do genoma em amostras de pacientes. Cinco biomarcadores candidatos foram identificados e incorporados em um teste de painel sanguíneo não invasivo. Este teste, uma forma de biópsia líquida, demonstrou “robusta precisão diagnóstica”. Além disso, quando combinado com o teste CA 19-9, melhorou significativamente o desempenho preditivo.
A biópsia líquida (sangue) oferece diversas vantagens sobre as abordagens tradicionais, como sua não invasividade e facilidade de coleta, além de resultados precisos. Isso é imprescindível para determinados tipos de câncer, como o de pâncreas, em que a cirurgia para biópsia muitas vezes não é possível de ser realizada devido aos riscos envolvidos.
Portanto, os presentes resultados indicam que o desenvolvimento de um painel de biomarcadores baseado em circRNA pode possuir um robusto potencial diagnóstico não invasivo para identificar pacientes com adenocarcinoma pancreático em estágio inicial.
Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores destacaram a necessidade de testes adicionais para avaliar possíveis diferenças devido a fatores como idade e sexo dos pacientes. No entanto, os avanços representam um progresso significativo em direção ao objetivo de diagnósticos mais eficazes para o câncer de pâncreas, potencialmente abrindo portas para métodos semelhantes em outros tipos de câncer.
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Referência:
[1] Xu C, Jun E, Okugawa Y, Toiyama Y, Borazanci E, Bolton J, Taketomi A, Kim SC, Shang D, Von Hoff D, Zhang G, Goel A. A Circulating Panel of circRNA Biomarkers for the Noninvasive and Early Detection of Pancreatic Ductal Adenocarcinoma. Gastroenterology. 2023 Oct 14:S0016-5085(23)05131-4. doi: 10.1053/j.gastro.2023.09.050