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Deteccção de Somatostatina

O diabetes é uma das doenças crônicas mais prevalentes e impactantes no mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, aproximadamente, 422 milhões de pessoas [RA1] convivam com a doença.

Esse aumento vertiginoso da prevalência do diabetes tem gerado uma série de preocupações, não apenas para os sistemas de saúde, mas também para a qualidade de vida das pessoas afetadas e para a economia global.

As complicações associadas ao diabetes são vastas e abrangem problemas cardiovasculares, danos aos rins, cegueira, amputações e até um aumento significativo no risco de acidente vascular cerebral (AVC). A gestão eficaz da doença requer um cuidado contínuo, incluindo monitoramento rigoroso dos níveis de glicose, adoção de hábitos alimentares saudáveis, prática regular de exercícios e o uso de medicamentos ou insulina, a depender do quadro clínico do paciente.

Além do correto manejo do diabetes, é fundamental o investimento em novas tecnologias que permitam o rastreio precoce da condição. Esse é o caso de um recente estudo que investigou e desenvolveu um novo método de detecção de alterações na secreção de somatostatina, o qual pode auxiliar futuramente no rastreio da doença.

Qual a relação da somatostatina com o diabetes?

O diabetes é uma doença intrinsecamente ligada ao hormônio insulina, seja pela incapacidade do corpo em produzi-la (diabetes tipo 1) ou pela ineficácia da insulina em exercer sua ação (diabetes do tipo 2).

O resultado é o descontrole glicêmico crônico que pode desencadear diversas consequências negativas para a saúde do indivíduo. No entanto, pesquisas recentes evidenciaram a importância da homeostase multi-hormonal no ambiente pancreático [1].

Estudos indicam que níveis reduzidos do hormônio somatostatina também pode ser um fator contribuinte para a hiperglicemia no diabetes tipo 1 e tipo 2 [2-4]. Atualmente, sabe-se também que este hormônio exerce uma regulação parácrina nas ilhotas pancreáticas, influenciando a secreção de insulina e glucagon [1].

A detecção da secreção de somatostatina e de outros hormônios da ilhota pancreática é usualmente feita utilizando a metodologia de radioimunoensaio, a qual era considerada confiável para medir as concentrações fisiológicas desses hormônios [5].

Atualmente, isso mudou com a disponibilidade de ensaios ELISA eficientes para a mensuração de insulina e glucagon, por exemplo, tornando a análise desses hormônios mais fácil, rápida, barata e segura, pois não há a necessidade de utilização de material radioativo, como no radioimunoensaio [5].

Estudo avaliou o potencial da somatostatina no diagnóstico do diabetes

Em recente pesquisa publicada na revista International Journal of Molecular Sciences, pesquisadores investigaram o potencial do ensaio ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) na detecção de alterações nos níveis de somatostatina pancreática [5].

Para isso, o grupo de pesquisa desenvolveu um novo kit ELISA de detecção, que utiliza placas revestidas de anticorpos para identificar a presença de antígenos em uma determinada amostra.

Usando somatostatina sintetizada artificialmente, a equipe identificou e selecionou anticorpos que se demonstraram eficientes para desenvolver o ensaio. Foram testados seis anticorpos capazes de marcar a somatostatina, sendo que quatro deles foram capazes de detectar acima de 70% das células fluorescentes nas ilhotas transgênicas, evidenciando a eficiência superior em comparação com os anticorpos disponíveis comercialmente.

Em seguida, os pesquisadores selecionaram o anticorpo SST10G5 para realizar comparações de citoarquitetura de ilhotas pancreáticas de camundongos ou humanos e para realizar as dosagens do hormônio. Os resultados formam promissores, com o novo teste sendo capaz de medir os níveis de somatostatina em células pancreáticas nos dois modelos experimentais avaliados.

 

Usando o ensaio, foi possível detectar a secreção de somatostatina sob condições de baixa e alta glicose nas ilhotas pancreáticas, tanto em camundongos quanto em humanos. O estudo indicou um número reduzido de células delta, responsáveis pela produção de somatostatina e menor secreção do hormônio em ilhotas diabéticas. Segundo os pesquisadores, há menos células delta em pacientes com diabetes do tipo 2, portanto, o teste detecta menor secreção de somatostatina.

Quais as implicações futuras da pesquisa?

O novo ensaio ELISA desenvolvido oferece uma alternativa prática, com resultados mais rápidos que requerem apenas uma fração do volume de amostra de plasma sanguíneo quando comparado ao método tradicional para dosagem de somatostatina.

O objetivo final dos pesquisadores é validar o kit para ser produzido em larga escala no futuro, o que pode beneficiar significativamente o diagnóstico precoce da diabetes. No entanto, é importante destacar que mais estudos são necessários para confirmar se a detecção de alterações nos níveis de somatostatina pode ser utilizada como ferramenta de triagem diagnóstica para o diabetes.

 

A descoberta do potencial da somatostatina no diabetes e o desenvolvimento do novo ensaio de detecção são passos promissores rumo a uma melhor compreensão e tratamento dessa importante condição. Detectar o diabetes mais cedo pode levar a intervenções mais eficazes e melhorar a qualidade de vida daqueles que vivem com essa condição.

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  • [1] Omar-Hmeadi M, Lund PE, Gandasi NR, Tengholm A, Barg S. Paracrine control of α-cell glucagon exocytosis is compromised in human type-2 diabetes. Nat Commun. 2020 Apr 20;11(1):1896. doi: 10.1038/s41467-020-15717-8
  • [2] Brunicardi FC, Kleinman R, Moldovan S, Nguyen TH, Watt PC, Walsh J, Gingerich R. Immunoneutralization of somatostatin, insulin, and glucagon causes alterations in islet cell secretion in the isolated perfused human pancreas. Pancreas. 2001 Oct;23(3):302-8. doi: 10.1097/00006676-200110000-00012
  • [3] Gylfe E, Gilon P. Glucose regulation of glucagon secretion. Diabetes Res Clin Pract. 2014 Jan;103(1):1-10. doi: 10.1016/j.diabres.2013.11.019
  • [4] Makam AA, Biswas A, Kothegala L, Gandasi NR. Setting the Stage for Insulin Granule Dysfunction during Type-1-Diabetes: Is ER Stress the Culprit? Biomedicines. 2022 Oct 25;10(11):2695. doi: 10.3390/biomedicines10112695
  • [5] Kothegala L, Miranda C, Singh M, Krieger JP, Gandasi NR. Somatostatin Containing δ-Cell Number Is Reduced in Type-2 Diabetes. Int J Mol Sci. 2023 Feb 9;24(4):3449. doi: 10.3390/ijms24043449

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