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A situação epidemiológica da dengue no Brasil continua sendo uma preocupação significativa para a saúde pública. Em 2024, foram registrados aumentos significativos de casos em várias regiões, colocando a doença como uma das mais prevalentes no país. O crescente número de casos está diretamente relacionado com os períodos mais chuvosos do ano, o que favorece o acúmulo de água parada e a proliferação do mosquito transmissor (Aedes aegypt) [1].

No entanto, não só a dengue preocupa autoridades sanitárias. Outras arboviroses relacionadas ao Aedes aegypti, como a zika, também geram apreensão, especialmente devido às suas implicações graves para a saúde materna e neonatal.

O controle dessas doenças requer uma abordagem integrada, incluindo medidas eficazes de vigilância epidemiológica, controle do vetor e campanhas de conscientização pública. A eliminação de criadouros do mosquito, o uso de repelentes, a educação sobre os sintomas e a importância de procurar atendimento médico precoce são essenciais para mitigar os impactos dessas enfermidades.

Além destas medidas, cada vez mais se investe no desenvolvimento de vacinas que possam proporcionar proteção contra essas arboviroses. Nesse sentido, um recente estudo conduzido por pesquisadores brasileiros traz novos resultados relacionados a um pioneiro imunizante contra a zika [2].

Recente pesquisa objetiva desenvolver vacina contra a zika

Um estudo colaborativo entre pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco está resultando no desenvolvimento de uma vacina inovadora de DNA contra o vírus Zika. A vacina foi inicialmente testada em modelos animais, especificamente em camundongos, e demonstrou ser eficaz ao induzir uma resposta imune robusta e oferecer proteção significativa contra o vírus [2].

Tradicionalmente, as vacinas são desenvolvidas utilizando formas atenuadas ou inativadas do vírus que causam a doença. No entanto, o imunizante em desenvolvimento utiliza uma tecnologia mais avançada: DNA.

As vacinas de DNA têm se desenvolvido ao longo do tempo como uma plataforma terapêutica potente, caracterizando-se por sua alta segurança, estabilidade e baixos custos de produção. Essas vacinas permitem modificações que podem ser facilmente implementadas para aumentar sua eficácia, como a inclusão de adjuvantes moleculares e métodos de liberação, além da otimização de sequências de sinal para um melhor processamento e apresentação de antígenos.

Neste estudo específico, foram projetadas quatro formulações de vacinas de DNA que codificam partes do complexo proteico do envelope viral do Zika, e a formulação mais eficaz foi selecionada para testes adicionais.

O processo de produção dessas vacinas envolve a inserção de plasmídeos derivados de bactérias e amplamente utilizados como vetores na engenharia genética – que contêm as sequências de DNA desejadas. Quando a vacina é administrada, esses plasmídeos entram nos núcleos das células do hospedeiro, onde a sequência codificada é traduzida em proteínas virais. Essas proteínas são então reconhecidas pelo sistema imunológico do hospedeiro como partículas virais, desencadeando uma resposta imune que inclui a produção de anticorpos e outros mecanismos de defesa.

Nova vacina induziu forte resposta adaptativa em camundongos adultos

No estudo em questão, os pesquisadores utilizaram técnicas de biologia molecular para selecionar genes do vírus Zika que codificam duas de suas proteínas estruturais: a proteína pré-membrana/membrana (prM) e a proteína do envelope (E). 

Para otimizar a eficácia da vacina, partes específicas do envelope viral foram excluídas, focando na remoção das regiões que ligam a proteína do envelope à membrana celular. Isso facilitou a expressão aumentada dessas proteínas pelo organismo após a imunização, resultando em uma produção maior de anticorpos contra o vírus.

Em teste pré-clínico, a vacina mostrou-se significativamente mais imunogênica do que as outras três formulações testadas. Esta estratégia não apenas aumentou a produção de proteínas extracelulares, mas também induziu uma forte resposta do sistema imune adaptativo em camundongos adultos, evidenciada por altos níveis de anticorpos neutralizantes e produção de linfócitos T e B. A adição de adjuvantes de hidróxido de alumínio à vacina resultou em uma resposta neutralizante sustentada, protegendo os camundongos após a exposição ao vírus Zika.

Desafios e perspectivas futuras

É importante destacar que, apesar do avanço científico, ainda não há vacinas ou tratamentos aprovados para a doença causada pelo Zika vírus. Um desafio particular no desenvolvimento de uma vacina contra o Zika é a semelhança do vírus com os quatro sorotipos do vírus da dengue, o que pode levar a reações cruzadas indesejadas.

No entanto, os testes realizados em camundongos mostraram que a vacina formulada induziu a neutralização apenas do Zika, sem reconhecer os sorotipos da dengue, evitando assim reações cruzadas que poderiam potencialmente agravar uma infecção por dengue.

A pesquisa destacou a importância de estratégias que modulam as regiões das proteínas virais para otimizar a resposta imune. A abordagem de remover regiões específicas da proteína do envelope aumentou significativamente a expressão das proteínas do Zika pelo organismo após a imunização. Este aumento na expressão foi crucial para elevar a produção de anticorpos neutralizantes, essenciais para uma proteção eficaz contra o vírus.

Em resumo, os resultados obtidos até agora são promissores e indicam que a formulação da vacina desenvolvida merece ser explorada em estudos translacionais adicionais para confirmar sua eficácia e segurança em humanos.

O desenvolvimento de uma vacina contra o Zika não é apenas uma questão científica, mas também uma necessidade urgente de saúde pública. O último surto de Zika nas Américas destacou a vulnerabilidade das populações ao vírus e a necessidade de soluções eficazes. A vacina de DNA apresentada representa um avanço significativo nessa direção, oferecendo esperança de uma proteção eficaz contra futuras epidemias de Zika e contribuindo para a saúde global.

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Referências:

[1] Ministério da Saúde. Ministério da Saúde atualiza cenário epidemiológico sobre a dengue no Brasil. (2024). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/marco/ministerio-da-saude-atualiza-cenario-epidemiologico-sobre-a-dengue-no-brasil Acesso em: 14/05/2024

[2] Teixeira FME, Oliveira LM, Branco ACCC, Alberca RW, de Sousa ESA, Leite BHS, Adan WCDS, Duarte AJDS, Lins RD, Sato MN, Viana IFT. Enhanced immunogenicity and protective efficacy in mice following a Zika DNA vaccine designed by modulation of membrane-anchoring regions and its association to adjuvants. Front Immunol. 2024 Jan 19;15:1307546. doi: 10.3389/fimmu.2024.1307546

[3] WHO. Zika virus. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/zika-virus Acesso em: 14/05/2024

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